A medida da PA pode ser realizada pelo método indireto, com técnica auscultatória, com uso de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide, devidamente calibrados, ou com técnica oscilométrica, pelos aparelhos semi-automáticos digitais de braço validados, estando também calibrados. Atualmente há uma forte tendência para a substituição dos aparelhos de coluna de mercúrio por equipamentos semi-automáticos ou aneróides em razão do risco de toxicidade e contaminação ambiental pelo mercúrio, de acordo com a norma regulamentadora NR 15 (125.001-9/I4) do Ministério do Trabalho.

 

 

Coluna de Mercúrio Aneróide Monitor Digital
Coluna de Mercurio Aneroide Digital

 

 

1) Explicar o procedimento para o paciente.

2) Certificar-se que o paciente: não está de bexiga cheia, não praticou exercícios físicos, não ingeriu bebidas alcoólicas ou café e nem fumou até 30 minutos antes.

3) Certificar-se que o esfigmomanômetro registra corretamente o zero da escala, seja no modelo aneróide ou no de coluna de mercúrio.

4) Localizar a artéria braquial por palpação.

5) Liberar o braço de roupas que o comprimam.

6) Colocar o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa cubital, centralizando a bolsa inflável sobre a artéria braquial.

7) Observar a largura do manguito e medir a circunferência do braço do paciente, utilizando o manguito de largura apropriado ou aplicando os valores da tabela abaixo, sempre registrando que tipo de correção foi feita.

Obs: A circunferência do braço deve ser medida na altura do 1/3 médio do braço não dominante, em repouso, apoiado e semi-fletido, com o paciente sentado.

 

Tabela de correção dos valores de PA pela largura do manguito utilizada (cm) e a circunferência do braço do paciente:

 

Largura do manguito 12 15 18
Circunferência do braço (cm) PAS PAD PAS PAD PAS PAD
26 +5 +3 +7 +5 +9 +5
28 +3 +2 +5 +4 +8 +5
30 0 0 +4 +3 +7 +4
32 -2 -1 +3 +2 +6 +4
34 -4 -3 +2 +1 +5 +3
36 -6 -4 0 +1 +5 +3
38 -8 -6 -1 0 +4 +2
40 -10 -7 -2 -1 +3 +1
42 -12 -9 -4 -2 +2 +1
44 -14 -10 -5 -3 +1 0
46 -16 -11 -6 -3 0 0
48 -18 -13 -7 -4 -1 -1
60 -21 -14 -9 -5 -1 -1
Manguito de 12 cm de largura: circunferência do braço entre 26 e 33 cm
Manguito de 15 cm de largura: circunferência do braço entre 33 e 45 cm
Manguito de 18 cm de largura: circunferência do braço entre 41 e 49 cm

 

8) Manter o braço do paciente na altura do coração.

9) Método palpatório: palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para estimar a pressão sistólica (PAS), desinsuflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente.

10) Método auscultatório: Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, sem compressão excessiva.

11) Solicitar o paciente que não fale durante o procedimento.

12) Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg até o nível estimado da pressão sistólica pela palpação.

13) Desinflar com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo, evitando congestão venosa e desconforto, e permitindo a leitura precisa da pressão arterial.

14) Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som.

15) Determinar a pressão diastólica (PAD) no momento do desaparecimento do som. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois desinflar completamente e rápido.Obs: se os batimentos persistirem até zero, considere a PAD no abafamento do som.

16) Registrar os valores da PAS e PAD obtida na escala que varia de 2 em 2 mmHg, EVITANDO arredondar para valores terminados em zero ou cinco.

17) Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.

18) Na primeira avaliação as medições devem ser feitas em ambos os membros superiores e em pelo menos duas posições (sentada e deitada).

19) Em cada consulta deverão ser realizadas no mínimo duas medidas no mesmo braço, procurando obter diferenças inferiores a 5 mmHg.20) Em pacientes com arritmias cardíacas, desinsuflar o manguito mais lentamente ainda e obter-se pelo menos 3 medidas, calculando a média da consulta.

 

Referências:

Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure. JNC 7 – complete version. Hypertension 2003; 42:1206-1252.

2007 European Society of Hypertension – European Society of Cardiology guidelines for the management of arterial hypertension. J Hypertens 2007. www.eshonline.org.

Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51. (www.publicacoes.cardiol.br/consenso).

UFRJ ProHArt - Programa de Hipertensão Arterial Resistente
Desenvolvido por: TIC/UFRJ