A Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é o registro da pressão arterial por método indireto, pela manhã e à noite, durante 5 dias, realizado pelo paciente ou outra pessoa treinada, durante a vigília, no domicílio ou no trabalho. Não deve ser confundida com automedida da pressão arterial, que é o registro não sistematizado da pressão arterial, realizado de acordo com a orientação do médico do paciente. É um método mais barato e mais cômodo para auxiliar no controle dos níveis tensionais, minimizando o efeito do jaleco branco.

O ProHArt dispõe de 20 aparelhos de MRPA (OMRON-HEM705CP), sendo realizados 20 exames por semana.

O uso do aparelho de MRPA é muito simples.

 

inusemonitor  MRPA Completo  Logo Omron

 

Principais indicações da MRPA:

  • Identificação e seguimento do hipertenso do jaleco branco.
  • Identificação do efeito do jaleco branco.
  • Identificação de hipertensão mascarada.
  • Avaliação da terapêutica anti-hipertensiva.

 

Principais limitações da MRPA:

  • Dificuldade de medir a pressão durante o sono.
  • Tempo despendido na instrução do paciente e/ou familiares.
  • Número reduzido de estudos de normalidade e prognóstico.
  • Pacientes arrítmicos, obesos e crianças.
  • Possibilidade de o paciente auto-ajustar a medicação, induzido pelo valor da leitura da PA.

 

Vantagens da MRPA em relação à PA de consultório e medida domiciliar casual:

  • Maior número de medidas.
  • Boa aceitabilidade, inclusive por idosos e muito idosos.
  • Maior adesão ao tratamento.
  • Boa reprodutibilidade.
  • Quantificação do efeito do jaleco branco.
  • Avaliação da pressão sem influência da presença do observador e do ambiente do consultório.
  • Atenuação dos erros e preferências do observador.
  • Melhor correlação com lesão de órgãos-alvo.
  • Possibilidade de armazenamento, impressão e transmissão a distância das leituras obtidas.
  • Diminuição do número de visitas ao consultório.
  • Baixo custo dos aparelhos.

labmicro

 

O Laboratório de Microcirculação foi criado em 2011 pelo grupo de médicos pesquisadores do Programa de Hipertensão Arterial – ProHArt, com apoio financeiro da FAPERJ.

O laboratório, situado no SME – 3º andar, tem como médico responsável pelos exames o Prof. Nivaldo Ribeiro Villela do Serviço de Anestesiologia.

O estudo da microcirculação vem se desenvolvendo nos últimos anos, porém ainda encontra-se no âmbito da pesquisa e não de assistência.

 

doppler  pletismografia

 

No laboratório realizamos os seguintes exames:

  • Avaliação ultrassonográfica da Dilatação Mediada pelo Fluxo (DMF) da artéria braquial que avalia a disfunção endotelial. Sabe-se que a disfunção endotelial avaliada na artéria braquial correlaciona-se com a detectada na artéria coronária. É considerado um preditor de eventos cardiovasculares.
  • Avaliação pletismográfica do antebraço após hiperemia reativa para estudo do fluxo sanguíneo microvascular. A disfunção microvascular avaliada por este método emerge como um preditor de risco cardiovascular e inflamação sistêmica.
  • Laser Doppler – avaliação da reatividade microvascular após injeção de acetilcolina (Ach) e nitroprussiato de sódio (NPS). Este procedimento faz a mensuração do fluxo microcirculatório na pele, sendo um método validado para o estudo da disfunção microvascular sistêmica que está associado a vários marcadores de risco cardiovascular.

 

O Laboratório da Microcirculação é um importante núcleo de pesquisa clínica, oferecendo treinamento para alunos de graduação e pós-graduação através das suas linhas de pesquisa em hipertensão arterial resistente.

Para a realização desses exames, o LabMICRO conta com um Pletismógrafo Hokanson AI6 e com um Sistema Doppler PeriScan PIM 3.

A Ultrassonografia Bidimensional de Carótidas é utilizada para avaliação da espessura das camadas íntima-média das carótidas através da ultrassonografia bidimensional para estratificação de risco cardiovascular em hipertensos resistentes.

 

acuson em uso  acuson carotida

 

A espessura íntima-média (IMT) >0,9 mm é considerada uma lesão subclínica da hipertensão arterial sendo um importante preditor de risco cardiovascular.

 

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O ProHArt dispõe de um equipamento de ultrassonografia Siemens ACUSON ANTARES, que também é utilizado nos estudos realizados no Laboratório de Microcirculação (LabMICRO).

logo labsono 

Localizado no 11º andar do HUCFF, o LabSONO foi inaugurado em 2011 pelo grupo de médicos pesquisadores do Programa de Hipertensão Arterial – ProHArt, com apoio financeiro da FINEP.

O laboratório conta com 4 leitos equipados para realização da polissonografia e titulação de CPAP, com polígrafos BrainNet BNT Poli, onde são realizados exames diariamente. A polissonografia é o padrão ouro para diagnóstico de Síndrome de Apneia do Sono.

 

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O LabSONO também conta com uma Clínica de CPAP para acompanhamento dos pacientes portadores da Síndrome de Apneia do Sono, em uso deste equipamento.

 

Médico responsável: Dr. Gleison Marinho Guimarães

Clínica de CPAP: Dra Aline de Hollanda Cavalcanti  |  Dra. Hassana de Almeida Fonseca

Fisioterapeuta: João Carlos Moreno de Azevedo

Técnicos do sono: Fernanda Oliveira de Carvalho Carlos, Bianca Botelho Viegas e Raquel Aguiar Machado Avilla.

 

No laboratório do Sono está sendo desenvolvida a pesquisa “Avaliação da eficácia da pressão positiva contínua em vias aéreas no controle pressórico de hipertensos resistentes com síndrome de apneia do sono (SAHOS)”.

A forte associação entre SAHOS e hipertensão resistente justifica a busca pelo diagnóstico e tratamento desta comorbidade, visando melhor controle pressórico com consequente diminuição da morbimortalidade cardiovascular.

Trata-se de um ensaio clínico randomizado onde os pacientes portadores de apneia moderada e grave serão incluídos no estudo em dois grupos: grupo controle x grupo em uso de CPAP. O follow-up será de 6 meses. Todos os pacientes em acompanhamento no ambulatório do ProHArt com diagnóstico de HA resistente estão sendo convidados a participar do estudo.

 

Desfecho primário:

  • Avaliar a eficácia da pressão positiva contínua em vias aéreas no controle pressórico de pacientes hipertensos resistentes com síndrome de apnéia/hipopnéia obstrutiva do sono.

 

Desfechos secundários:

  • Validar o questionário de Berlim como instrumento de rastreamento de pacientes de risco para apnéia/hipopnéia obstrutiva do sono.
  • Estimar a prevalência de hipertensos resistentes com síndrome de apnéia/hipopnéia obstrutiva do sono.
  • Avaliar o padrão da MAPA em hipertensos resistentes com e sem síndrome de apnéia/hipopnéia obstrutiva do sono.
  • Realizar um ensaio clínico randomizado para estudar a eficácia do CPAP no controle da pressão arterial de consultório e da MAPA em hipertensos resistentes portadores de SAHOS.
  • Avaliar comparativamente o padrão da MAPA em hipertensos resistentes com SAHOS, antes e após o uso do CPAP, enfocando os principais marcadores de prognóstico (pressão noturna, pressão de pulso e descenso noturno).
  • Avaliar comparativamente a velocidade de onda de pulso aórtica em hipertensos resistentes com SAHOS antes e após o uso do CPAP.
  • Avaliar a dosagem de aldosterona e renina em hipertensos resistentes antes e após o uso do CPAP.
  • Avaliar o comportamento do sistema nervoso autônomo (SNA) dos pacientes com HAR e SAHOS após o tratamento com CPAP.
  • Avaliar a capacidade funcional dos pacientes com HAR e SAHOS após o tratamento com CPAP.

 

Os resultados preliminares deste estudo foram apresentados nos seguintes Congressos:

Londres 2012 – 22nd European Meeting on Hypertension and Cardiovascular Protection.

  • Prevalence of sleep apnea and pattern of ambulatory blood pressure monitoring in patients with resistant hypertension.

 

Milão 2011 - 21st European Meeting on Hypertension and Cardiovascular Prevention.

  • Reproducibility of Berlin questionnaire to evaluate risk of sleep apnea in patients with resistant hypertension.

 

Vancouver 2010 - The 23th Scientific Meeting of International Society of Hypertension.

  • Berlin questionnaire for screening of obstructive sleep apnea syndrome in patients with resistant hypertension.

O ECG é um método barato, simples e acessível, que permite a identificação de hipertrofia ventricular esquerda, alterações isquêmicas, distúrbios de condução e arritmias cardíacas, além de auxiliar na estratificação de risco cardiovascular.

O ProHArt está equipado com um aparelho de ECG de repouso CardioSoft da GE Healthcare.

 

cardiosoft em uso  cardiosoft  GE-HealthCare

 

 

O ECG é realizado de rotina em todos os pacientes da coorte, anualmente, e vários estudos já foram publicados analisando o valor prognóstico do intervalo QT e do diagnóstico de hipertrofia ventricular esquerda.

 

Primeiro estudo

QT prolongado (>460 m/s) foi marcador de risco para ocorrência eventos cardiovasculares fatais e não fatais, mortalidade total e mortalidade cardiovascular.

Avaliação prognóstica do prolongamento da repolarização ventricular (intervalo QT).

  • Salles GF, Cardoso CR, Muxfeldt ES. Prognostic value of ventricular repolarization prolongation in resistant hypertension: a prospective cohort study. J Hypertension 2009; 27(5): 1094-1101.

 

Segundo estudo

Pacientes que não apresentaram strain tiveram melhor prognóstico do que os pacientes que desenvolveram ou persistiram com padrão de strain para morbimortalidade cardiovascular e mortalidade total.

  • Salles GF, Cardoso CR, Fiszman R, Muxfeldt ES. Prognostic significance of baseline and serial changes in electrocardiographic strain pattern in resistant hypertension. J Hypertension 2010; 28(8): 1715-23.

 

Terceiro estudo

A presença de HVE basal (por qualquer critério de voltagem – Sokolow, Cornell e produto de Cornell) apontou para um pior prognóstico. O grupo que persistiu ou desenvolveu HVE durante o estudo teve maior mortalidade cardiovascular.

  • Salles GF, Cardoso CR, Fiszman R, Muxfeldt ES. Prognostic impact of baseline and serial changes in electrocardiographic left ventricular hypertrophy in resistant hypertension. Am Heart J 2010; 159(5): 833-40.

 

O prolongamento do intervalo QT do ECG convencional está associado a maior mortalidade cardiovascular em vários estudos populacionais e de pacientes específicos.

Em pacientes com hipertensão arterial ele se associa a hipertrofia ventricular esquerda e, embora não seja isoladamente superior aos critérios tradicionais de voltagem, ele melhora a detecção de HVE quanto usado conjuntamente com os critérios eletrocardiográficos de voltagem.

A presença do padrão de sobrecarga ventricular esquerda (strain, infradesnivelamento do segmento ST com inversão assimétrica da onda T nas derivações precordiais esquerdas) é outro marcador de HVE e de maior risco cardiovascular. Em pacientes com hipertensão arterial resistente a presença de strain se associa a maior massa ventricular esquerda e a vários outros fatores de mau prognóstico cardiovascular, tais como, doença coronariana, maiores pressões arteriais na MAPA, glicemia e creatinina mais elevadas.

 

Artigos publicados pelo ProHArt

  • Salles GF, Cardoso CR, Fiszman R, Muxfeldt ES. Prognostic importance of baseline and serial changes in microalbuminuria in patients with resistant hypertension. Atherosclerosis. 2011 May;216(1):199-204. Epub 2011 Jan 21.
  • Salles GF, Cardoso CR, Fiszman R, Muxfeldt ES. Prognostic significance of baseline and serial changes in electrocardiographic strain pattern in resistant hypertension. J Hypertens. 2010 Aug;28(8):1715-23.
  • Salles GF, Cardoso CR, Fiszman R, Muxfeldt ES. Prognostic impact of baseline and serial changes in electrocardiographic left ventricular hypertrophy in resistant hypertension. Am Heart J. 2010 May;159(5):833-40.
  • Salles GF, Cardoso CR, Muxfeldt ES. Prognostic value of ventricular repolarization prolongation in resistant hypertension: a prospective cohort study. J Hypertens. 2009 May;27(5):1094-101.
  • Salles GF, Cardoso CR, Leocadio SM, Muxfeldt ES. Recent ventricular repolarization markers in resistant hypertension: are they different from the traditional QT interval? Am J Hypertens. 2008 Jan;21(1):47-53.
  • Salles GF, Fiszman R, Cardoso CR, Muxfeldt ES. Relation of left ventricular hypertrophy with systemic inflammation and endothelial damage in resistant hypertension. Hypertension. 2007 Oct;50(4):723-8. Epub 2007 Jul 16.
  • Salles G, Cardoso C, Nogueira AR, Bloch K, Muxfeldt ES. Importance of the electrocardiographic strain pattern in patients with resistant hypertension. Hypertension. 2006 Sep;48(3):437-42. Epub 2006 Jul 31.
  • Salles G, Leocádio S, Bloch K, Nogueira AR, Muxfeldt E. Combined QT interval and voltage criteria improve left ventricular hypertrophy detection in resistant hypertension. Hypertension. 2005 Nov;46(5):1207-12.
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